
CINEMA MARGINAL
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1) Matou a família e foi ao cinema - Direção de Júlio Bressane - Ano 1969
"No contexto geral é um filme agradável de assistir, conta com cenas de humor, tensão e características da cultura brasileira presentes nessa produção dirigida por Júlio Bressane. O filme se trata de uma dura e direta crítica a fatos cometidos no período militar brasileiro, além de ser um das obras cinematográficas pioneiras na discussão da homossexualidade no Brasil. O filme conta com cenas de violências que em muitos momentos chega a ser exagerada ao meu ver, porem não muda nada na bela estética e conjunto final do filme." (Trecho de comentário que acompanha o filme na pasta "Comentários")
2) Hitler terceiro mundo - Direção de José Agrippino de Paulo - Ano 1968
“Hitler 3º Mundo” traduzia uma visão premonitória de seu diretor, José Agrippino de Paula. Dono de uma imaginação pop, elevada ao cubo em seu romance “PanAmérica”, integrado ao ciclo do tropicalismo, Agrippino criava uma alegoria do nazi-fascismo submerso na sociedade brasileira. Mais de cinco décadas depois, a alegoria do autoritarismo terceiro-mundista mantém sua contundência. As ameaças autoritárias do ex presidente Jair Bolsonaro conferem nova vitalidade a “Hitler 3º Mundo”, um dos filmes menos conhecidos do cinema marginal." (Trecho de comentário que acompanha o filme na pasta "Comentários")
3) Lilian M: relatório confidencial - Direção de Carlos Reichenbach - Ano 1975
"Pode ser interpretado como uma leitura feminista sobre o desejo feminino. "Se, numa perspectiva feminista, pode parecer muito tentador abordar a postura contraventora e o perfil ativo sexual de Lilian em relação aos homens, a análise fílmica detalhada e o entendimento dos processos simultâneos de dominação-exploração, de agência do corpo feminino e de mascaramento permitem avançar na avaliação da obra de um cineasta ainda pouco estudado, como Reichenbach, especialmente sobre a perspectiva do feminino. Evitando o encantamento com o objeto por suas características únicas enquanto cinema autoral, a análise discursiva junto ao estudo dos mecanismos cinematográficos do olhar possibilita observar como a obra está em sintonia com o momento histórico dos anos 1970, quando os cineastas críticos procuravam realizar, ao mesmo tempo, a resistência ao regime e a conquista de um público amplo, quiçá popular (Adamatti, 2019). É por isso que, concomitantemente, o filme participa e transgride o gênero da comédia erótica no tema do direito ao corpo da mulher. De maneira dual, Lilian M ameniza os dissabores com a prostituição, em relação a um filme do período, como Iracema - uma transa amazônica (1974), de Jorge Bodansky e Orlando Senna. Mas, ao mesmo tempo, sem negar o voyeurismo masculino, existe em Lilian M uma sensibilidade em tematizar os assuntos caros ao debate da mulher, nos anos 1970, em perspectiva progressista, como direito ao corpo, pílula anticoncepcional, negação do mito da maternidade e do perfil de dona de casa tradicional." (Trecho de comentário que acompanha o filme na pasta "Comentários")
4) Desesperato - Direção de Sérgio Bernardes Filho - Ano 1973
Dirigido pelo estreante Sérgio Bernardes Filho, "Desesperato" conta a história de um escritor (Raul Cortez) que deixa seu lar para realizar pesquisas literárias nos cenários mais obscuros do país. Inconformado com o atual cenário nacional, o historiador junta-se a um líder político gerando sérias consequências.
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5) Meu nome é Tonho - Direção Ozualdo Candeias - Ano 1969
Antônio, mais conhecido como Tonho, é um homem que lembra pouco do que aconteceu em seu passado. Em sua memória estão apenas algumas imagens da infância e da trupe de ciganos da qual fez parte, grupo que deixou ao se tornar adulto. Vagando sem direção pelo mundo, Tonho chega à uma região assolada pela violência e pelos crimes do bando de Manelão. Bom atirador, ele decide ir atrás do bandido Manelão e de seu grupo de criminosos.
"O modo de vida precário e autogovernado do bando é condição para que o diretor trate de temas tabus na sociedade, tais como a injustiça social, a violência agrária, a violência de gênero e a falta de pertencimento social desses sujeitos. Por essa perspectiva, o filme, que se apropria de um gênero aparentemente inofensivo e incapaz de revelar problemas políticos e sociais, e o transforma em incômodo para uma parcela da população." (Trecho de comentário que acompanha o filme na pasta "Comentários")
6) Bang Bang - Filme Curta metragem - Direção de Andrea Tonacci - Ano 1969
"Bang Bang busca subverter as fabulações que o cinema naturalmente conquistou. A estranheza e a sujeira em sincronia com o minimalismo desconstrói os famosos maneirismos da sétima arte. Tudo isso sendo movido pela exposição abrupta, pelo choque da descontinuidade que é traçada. A música da Century Studios (antiga Fox), um dos sons mais icônicos do cinema; o sujeito que surge num passe de mágica remetendo ao ilusionismo de Méliès; o outro cantando do nada como se estivesse em um musical; os tiros e as corridas de carros aludindo a uma obra de ação; o terreno árido e isolado como se fosse um cenário de western. Tudo isso retratado por saltos inesperados, descontextualizados em espaço e tempo, reformulando os conceitos do cinema por uma certa inexpressividade na forma em que eles são apresentados." (Trecho de comentário que acompanha o filme na pasta "Comentários")
7) Bla Bla Bla - Direção de Andrea Tonacci - Curta metragem - Ano 1968
Brasil, final da década de 1968. Após o golpe militar que pôs a democracia brasileira em suspensão, uma ditadura é instaurada no país, reprimindo e oprimindo seus adversários, gerando uma atmosfera de tensão da qual ninguém poderia sair ileso: nem os políticos, nem os guerrilheiros revolucionários e nem o povo, preso no meio do combate.
7) Olho por Olho - Direção de Andrea Tonacci - Curta metragem - Ano 1968
Um curta de 20 minutos que enfoca a juventude desiludida do Brasil sob a ditadura militar, e apresenta a femme fatale Daniele Gaudin, este foi o primeiro trabalho de Tonacci, um curta-metragem pouco notável, mas interessante por observar suas marcas registradas de carros e barbear, que voltará em sua magnum opus, seu próximo longa-metragem Bang Bang. O curta segue um grupo de amigos justos para punir cidadãos desavisados que fazem o jogo deles. Uma boa compreensão da câmera e da simetria é evidente, o que seria reafirmado de forma convincente em Bang Bang. Tonacci vem do mundo do Cinema Marginal, que tentou caminhar em oposição ao Cinema Novo, e criar algo que quebra normas, desafia a lógica.
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"Seus signos apresentam o absurdo cotidiano eivado de uma crítica sociopolítica que faculta problematizar a construção do socius numa trilha nonsense, discutindo os diversos modos de realização do afrontamento e da resistência às convenções morais e à pífia encenação política, sem objetivar fazer do espectador um militante e sem cair na nulidade abstrativa." (Trecho de comentário que acompanha o filme na pasta "Comentários")