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Ecologia e meio ambiente

(clique no título para assistir o filme)

“Utama” merece ser visto com atenção, pois apesar de ser apenas mais um de uma linhagem de filmes que frequentemente encantam festivais por nos levarem a lugares inalcançáveis (um World Cinema com o mesmo poder de atração que a chamada World Music), tem suficiente vitalidade para conquistar o espectador e fazê-lo prosseguir um diálogo que se requer permanente entre as formas tradicionais de vida e aquilo que nos tornámos, ou seja, as formiguinhas que têm de seguir para as cidades para poderem sobreviver.
 

Filme norte americando de 2019 com direção de Todd Haynes

A personagem real é Robert Bilott, um advogado ambiental americano que litigou contra o despejo perigoso dos produtos químicos nocivos no ambiente por uma gigante industrial na produção do Teflon. Mark Ruffalo, que além de ativista ambiental, também é co-produtor, atua bem, e seu personagem passa distante de ser um herói enérgico, tampouco de esbanjar carisma. Muito pelo contrário, ele é contido e nervoso, o que acrescenta a gravidade emocional e entrega uma dose extra de angústia moral que é sua força motriz. O filme é um experimento intelectual e ecoa trabalhos como: Spotlight (2015), o Informante (1999) e Todos os homens do presidente (1976). O uso de lentes antigas e as cores frias são escolhas que isolam o protagonista em ambientes claustrofóbicos e desoladores, carregados de sombras e tensões, em uma alusão a um ambiente contaminado. Ao mesmo tempo é uma amostra da evolução das considerações que envolvem risco certo e probabilidade na esfera ambiental, hoje consolidados nos conceitos de prevenção e precaução, respectivamente, na esfera do direito ambiental. A mensagem que o diretor quer passar e as qualidades cinematográficas se destacam juntas, fazendo o filme passar bem o recado. É muito atual conversa com desastres criados pela ambição e ganância humana, tal como os conhecemos desde sempre.

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